Preso dentro de mim - Devaneios de uma alma sombria #4

18:45:00 0 Comments A+ a-





Um sorriso. Ou a falta dele. A companhia de uma pessoa distante ou de uma que não existe mais.

Como um dia nublado e frio, talvez até chuvoso, aqueles ventos em nossos cabelos nos aproximam de cada partícula no mundo. E nos distancia ao mesmo tempo. Queremos só o silêncio de nossas mentes barulhentas e sua bagunça. Cada sorriso falso nos alerta da verdadeira mentira dos que nos cercam.

Um abraço. Um beijo. Um soco de realidade no rosto em fúria, queimando. Cada olhar brilhante se mostra opaco diante de nossa tristeza. E aqueles velhos sorrisos tristes se agarram em nossa boca como um beijo amaldiçoado. Triste. O ódio é ardente como a marca no rosto, latente. A cada passo no frio do tempo beira ainda mais a morte por dentro. Adentrando aquele coração que um dia palpitava ‘amor’.

“Hoje eu estava conversando com um amigo sobre a depressão e o que ela nos faz de ruim. E também sobre o que ela nos inspira, por isso resolvi começar esse post dessa maneira. E encerrar de outra. Tive uma inspiração boa sobre uma coisa ruim e a transformei em algo maior.”

No fim da tarde o sol aparece e trás consigo o calor, o mesmo que nos faltou nos dias de escuridão. A cor e o som retornaram trazendo para nossas malas o peso para nos fincar sobre o chão. Nada pelo que passamos desaparecerá, pelo contrário, irá continuar até que saibamos o que sacar das bagagens. A coisa mais importante: a vontade de viver.

De sentir-se vivo e de agarrar com todos os dedos cada sentimento perdido pela ‘crise existencial’, por seu momento de ‘pause’ no jogo. A vida tem disso, essa coisa de abalar-nos profundamente a ponto de nos congelarmos. Mas ai o sol chega.

E a noite por fim retorna fria.

Desta vez você está sob um guarda-chuva preto com uma blusa de frio escura, mas dentro de seu peito se encontra uma chama que lhe esquenta a alma tão profundamente a ponto de ignorar o ‘mal’ tempo. As coisas – incluindo pessoas – a sua volta estarão mais parecidas como as pedras de uma lareira. Imóveis. Quietas. E você queimando como as crepitantes chamas daquela mesma lareira.

“Acho que as analogias servem um pouco pra isso, ajudar as pessoas a se entenderem internamente com mais facilidade, além de ensinarmos que o tamanho das coisas é relativo. O sentimento, o sorriso, as pessoas, as palavras, as riquezas, e todo o resto. Que não precisamos de um romance pra entender toda uma vida. Não é num poema que entenderemos o sentido disso tudo. Desse universo imenso do qual nós só enxergamos o que queremos. O que nos é possível ver. Nós, meros seres humanos, temos essa desvantagem contra o tempo. Somos minúsculos em comparação com nossos sentimentos e às vezes eles nos controlam por inteiro. É quando deixamos de existir e reina somente a ‘casca’ e o que cuspimos boca afora. Maldita depressão! “